segunda-feira, 20 de junho de 2011

Nós, meros mortais podemos até não ser celebridades ou famosos, porém com certeza somos artistas. Quando se perde a liberdade e autenticidade que um dia puderam ser símbolos da infância, passamos a atuar. Atuamos por medo de sermos nós mesmos e por tal não sermos aceitos. Igualamo-nos a atores experientes na arte de fingir. Mentimos para conquistar amores, para alcançar promoções. Sufocamos emoções, saímos de nós para encarnar personagens. Utilizamos máscaras, acessórios e tudo mais que ajude desempenhar bem o papel que nos é destinado. Interpretamos tanto que, como os personagens de Machado de Assis, terminamos por incorporar o que outrora fingimos ser e fazemos com o que o original em nós passe a ser errado. É como se o autêntico se tornasse proibido e perigoso. Faço minhas as palavras de Mercedes, protagonista de Divã:"O que calo é o que é verdade."

sábado, 18 de junho de 2011

Eternamente virgem!


Desejo a virgindade! E não é no sentindo sexual a que muitos podem associar a palavra. Quero ter olhos virgens, uma vivência virgem como o de uma criança imaculada e que ainda tem tanto a viver. Sou virgem de tantas coisas que ainda não vivi e de lugares que não conheço. Sou virgem de sentimentos e de conhecer o íntimo de tantos amigos. Sou virgem de tantos esportes radicais e de rituais religiosos. Sou virgem por inúmeros motivos e por não-experiência. Sou virgem e quero preservar essa inocência e certa ignorância do desconhecido por toda a minha vida. Pois sinto que quando descobrir tudo, quando me vier a sensação constante de dejá vu meu viver não terá mais razão. Terei deixado de ser virgem e estarei também deixando a vida!

segunda-feira, 13 de junho de 2011


"Do pó viestes e ao pó hás de voltar". Não duvido de tal máxima, tampouco é relevante citar seu autor agora. Porém quando se vai é devido deixar marcas por onde se passa. Somos como pregos, os quais mesmo após retirados deixam seus registros na madeira. Assim somos nós... Estamos sempre de passagem. Passamos pelo maternal, primário, escolas de inglês, natação, pela vida. E por todos esses lugares largamos pegadas. Lembranças e recordações que têm de nós e que temos de tantas pessoas. Se choramos pelas despedidas, nos confortamos por lembrar de tudo o que vivemos e que não vira pó.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Verdade Relativa

Se não existem verdades absolutas, não se deve crer que opiniões viram leis somente porque foram ditas com veemência! É comum encontramos pessoas que pensem ser donas da verdade. E não menos rotineiro é ver que muitos se deixam levar por críticas e opiniões e mudam seu jeito de ser por causa delas. Devo parabenizar aqueles que posuem tão boa retórica capaz até de moldar mentes ao seu bel-prazer. Porém, esses mesmos têm o péssimo hábito de se pensarem sábios e acima de qualquer erro. Não há verdade humana que não seja passível de nova interpretação. O que existem são sensos comuns, os quais coagem toda a comunidade a viver de acordo com seus paradigmas. Portanto, não nos deixemos levar apenas pela onda da opinião social. Em uma era de tanta informação, o verbo imperativo não deveria ser absorver, mas sim questionar a fim de que surgam pontos de vista que por serem autênticos e originais com certeza são verdadeiros!

domingo, 5 de junho de 2011



Estou com a impressão de que por mais que lute, nunca vencerei as batalhas que travo. Não é pessimismo, apenas pareço com aquela andorinha que sozinha não faz verão. Porém tento me distanciar desses pensamentos. Começo então a entender que se consigo chegar viva ao fim do dia significa que fui valente. Não importa se venci, o importante é que tentei. Não posso sozinha acabar com a fome na África, mas posso comer tudo aquilo que ponho no prato. Não sou capaz de encerrar as guerras e conflitos no Oriente Médio, contudo evito discussões vazias. Enfim, em um mundo louco no qual cada qual se preocupa com seu próprio umbigo, viver sem enlouquer ou ser enlouquecido talvez seja uma enorme vitória!